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NOTA DE APOIO A JUREMIR MACHADO DA SILVA

A FRENTE JORNALISTAS PELA DEMOCRACIA MS se solidariza com o jornalista - escritor, tradutor e professor universitário - Juremir Machado da Silva, que recusou-se a continuar participando da bancada de entrevistadores do programa “Bom Dia com Rogério Mendelski”, da Rádio Guaíba (RS) – parte do grupo Record, que pertence a Edir Macedo -, após ter sido impedido de fazer perguntas ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista que o mesmo concedia, ao vivo à rádio.


Foi o próprio Bolsonaro quem exigiu que o único que fizesse perguntas fosse o apresentador, Mendelski, que acatou a exigência. Juremir, um dos mais respeitados jornalistas gaúchos, se retirou no ar, após a entrevista. “Eu achei humilhante e por isso estou saindo do programa. Foi um prazer trabalhar aqui durante dez anos”, declarou.

Talvez o mais chocante neste episódio não seja a atitude de Juremir, mas a de seu colega de bancada, o jornalista Voltaire Porto, que, pressionado por Mendeski por uma palavra de apoio, disse, no ar, que “precisava trabalhar, precisava do emprego”.


Nós, da FRENTE JORNALISTAS PELA DEMOCRACIA MS, consideramos que o ocorrido é simbólico e sintomático do que já está acontecendo nos veículos da mídia tradicional, onde jornalistas estão sendo intimidados a aceitar a “nova ordem” bolsonariana para não serem demitidos.


O caso Juremir não é o único registrado nas últimas semanas. A jornalista Patricia de Campos Mello foi perseguida e ameaçada por conta da reportagem que mostrou o esquema criminoso e sujo da campanha digital de Bolsonaro. Miriam Leitão foi ameaçada. Os Jornalistas Livres foram ameaçados de censura e a revista Fórum foi intimada a retirar reportagem que apontava o voto de Bolsonaro no caso das pessoas com deficiência.


A chefe de redação do Jornal da Record pediu demissão por não suportar a pressão dos bispos. A Folha foi ameaçada pelo próprio candidato em discurso na Avenida Paulista e só faltou Bolsonaro dizer que vai fechar o jornal. O Sindicato dos Petroleiros de Macaé foi invadido e o jornal Brasil de Fato foi recolhido de forma absurdamente covarde e agressiva pelo TRE do Rio de Janeiro.


O jornalista Renato Rovai, bem resumiu: “O primeiro ato do fascismo é calar pela intimidação e o medo seus adversários. Em especial aqueles que têm voz na imprensa. Ou seja, os jornalistas sérios”.



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