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Desinformação não coaduna com Jornalismo



Desinformação é o processo pelo qual uma notícia falsa, parcialmente falsa, conceitos distorcidos ou fatos fora de seu contexto são sistematicamente difundidos. Não é um processo novo, pois sempre existiu na política, nos negócios e na diplomacia como uma forma de tentar mudar a forma como as pessoas veem personalidades, fatos, dados e eventos. Quem mais se aproximou do fenômeno atual foi o chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels que eternizou a frase: “uma mentira repetida milhares de vezes vira uma verdade”.


A candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República tem se valido desta estratégia de forma insistente, atentando contra o bom Jornalismo e contra o próprio estado democrático de direito. A disseminação de fake news, amplamente utilizada por seus seguidores – e punida pelo Facebook e pelo Whatsapp – tem sido parte desta tática.

Instituições representativas do Jornalismo no país têm se manifestado enfaticamente no combate a esta ofensiva contra a informação de qualidade e a democracia.


Marcelo Rech, presidente ANJ (Associação Nacional de Jornais) e vice-presidente do Fórum Mundial de Editores disse Bolsonaro revela ignorância sobre a função da imprensa.

Para a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), políticos atacam a imprensa porque preferem impor ao público o discurso que mais convém aos interesses deles. Ainda segundo a associação, é função do bom jornalismo cobrar que os candidatos, independente da posição ideológica, respeitem às leis e o regime democrático.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse que espera que "a incontinência verbal do candidato Jair Bolsonaro (PSL) em relação à imprensa” seja resultado do “calor das paixões".


Christophe Deloire, secretário geral da Repórteres sem Fronteiras, a campanha de ódio e difamação alimentada por Jair Bolsonaro fragiliza uma sociedade já fortemente polarizada.

O bom Jornalismo está atendo a ameaça que Bolsonaro representa à liberdade de expressão. Não poderia ser diferente em Mato Grosso do Sul, onde um grupo de jornalistas, apoiado pelo Sindjor-MS, reuniu-se para expor seu repúdio as ameaças contra jornalistas e veículos de comunicação, contra a disseminação de fake news e, especialmente, em defesa da democracia. O grupo, batizado “Frente Jornalistas pela Democracia MS”, organizou um manifesto que já conta com mais de 150 assinaturas.

A “Frente Jornalistas pela Democracia MS” é um movimento suprapartidário, e reúne, primariamente, democratas. Seus integrantes acreditam que a defesa da democracia e da liberdade de expressão, ameaçadas pelo tom autoritário e antidemocrático do candidato do PSL, é uma obrigação de todos os jornalistas.


O posicionamento do grupo coaduna com o da A FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), representante máxima da categoria no Brasil. “O povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória”, afirma nota da Federação.


O próprio Código de Ética do Jornalista Brasileiro estabelece, em seu artigo 6º, como dever do profissional: “I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;(…) X – defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;(…) XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”


Portanto, além de um dever cívico, é também uma obrigação ética dos jornalistas posicionarem-se contra um candidato a presidente da República que faz apologia da violência, não reconhece a história do país, elogia torturadores, derrama ódio sobre negros, mulheres, LGBTIs, índios e pobres e ainda promete combater o ativismo da sociedade civil organizada. Esse candidato é Jair Bolsonaro, do PSL.

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